O Laboratórios do Instituto Nacional de Tecnologia (INT) e da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) estão sendo estruturados para desenvolver protótipos em terceira dimensão (3D). Os investimentos alcançam cerca de R$ 10 milhões, oriundos de participação especial da Petrobras em campos de exploração de petróleo com maior produtividade.
O laboratório do INT recebeu duas impressoras 3D com capacidade para imprimir peças de grandes proporções. A área de engenharia da Petrobras vai encomendar ao laboratório um modelo em polímero de navio-plataforma do tipo FPSO (Floating, Production, Storage and Offloading System) -modelo flutuante de produção, estocagem e escoamento, que permitirá testar interfaces entre o casco e as instalações que ficam acima da linha da água da embarcação, denominada topside. Um navio desse tipo mede 400 metros.
O gerente de Tecnologia Naval e Offshore da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Jorge Bruno, destacou que a encomenda é inédita no mundo. “É um grande passo em termos de fabricação digital. Uma tendência para o futuro”, segundo ele.
Jorge Bruno disse que o desenvolvimento de protótipos e o lançamento de novos equipamentos com base em novos materiais ganhou agilidade, pois “é quase infinita a possibilidade de fabricação digital com impressão 3D”. O uso desses protótipos é útil para outras empresas do setor de petróleo e gás, além da Petrobras, bem como para todos os demais setores, avaliou ele.
A PUC-RJ também trabalha no projeto, com impressora 3D capaz de imprimir protótipos em oito tipos de metal, e comprou equipamentos capazes de fabricar protótipos de hardware (parte física de um computador) eletrônico e de softwares (programas). Placas de circuito impresso, que eram feitas anteriormente no exterior e demoravam vários meses para serem finalizadas, agora ficam prontas em poucas horas, comentou a assessoria de imprensa da Petrobras.
O Núcleo de Experimentação Tridimensional da PUC-Rio também tem scanners 3D (digitalizadores de imagens e textos) e impressora 3D de alta definição, além de braço robô para a confecção de componentes de grandes dimensões.
O gerente da Onip observou que o protótipo do FPSO fará as análises na prática, e acrescentou que "será muito mais fácil analisar as condições de encaixe, de interligações. Isso vai facilitar muito a integração, futuramente”, além de reduzir custos.
Segundo ele, "aquilo que você não conseguiu prever na tela [do computador], no protótipo ao vivo e em 3D você acelera. Não perde tempo. Com o protótipo, você consegue ensaiar muito melhor do que na tela”. Salientou que isso trará ganhos também em termos de confiabilidade, compromisso do cronograma, redução de tempo de integração, “e isso tudo é dinheiro, no final das contas”.
*Com informações da Agência Brasil
Fonte: http://computerworld.com.br/tecnologia/2014/09/12/laboratorio-investe-em-3d-para-atender-empresas-de-petroleo-e-gas/